No dia anterior, a moeda norte-americana avançou 0,62%, cotada a R$ 5,7458.
Já a bolsa recuou 0,09%, aos 133.398 pontos.
Notas de dólar. Dado Ruvic/ Reuters O dólar opera em queda nesta quinta-feira (8), após os Estados Unidos e o Reino Unido anunciarem um novo acordo comercial — o primeiro desde a aplicação das chamadas "tarifas recÃprocas", no começo de abril.
O acordo determina que os EUA manterão uma tarifa de 10% sobre os produtos britânicos importados, enquanto o Reino Unido deve diminuir as taxas cobradas sobre os produtos norte-americanos, além de fornecer aos EUA um maior acesso aos seus mercados. Além disso, investidores também repercutem as novas decisões de juros anunciadas pelos bancos centrais do Brasil e dos EUA, na véspera. No Brasil, o Comitê de PolÃtica Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou a Selic, taxa básica de juros, em 0,50 ponto percentual, para 14,75% ao ano — o maior patamar em 20 anos.
Entre os fatores citados pelo comitê estão os efeitos econômicos do tarifaço do presidente dos EUA, Donald Trump e a polÃtica fiscal mais expansionista do governo Lula.
Já nos EUA, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) manteve a taxa de juros referencial inalterada na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.
No anúncio, a instituição também ressaltou as incertezas causadas pela polÃtica tarifária do presidente Trump. Nesta quinta, após a decisão do Fed, Trump disse que Powell é "um idiota" e voltou a chamá-lo de "atrasado demais" em uma publicação na sua plataforma Truth Social.
No entanto, diferentemente das últimas declarações dadas pelo presidente, desta vez Trump afirmou que "tirando isso, gosta muito" de Powell. O Ibovespa, principal Ãndice acionário da bolsa de valores brasileira, opera em alta. Veja abaixo o resumo dos mercados. Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair 💲Dólar Às 13h36, o dólar caÃa 1,15%, cotado a R$ 5,6799.
Na mÃnima do dia, chegou a R$ 5,66.
Veja mais cotações. No dia anterior, a moeda americana fechou em alta de 0,62%, aos R$ 5,7458.
Com o resultado, acumulou: alta de 1,63% na semana; avanço de 1,21% no mês; e perda de 7,02% no ano. a 📈Ibovespa No mesmo horário, o Ibovespa subia 2,87%, aos 137.226 pontos. Na véspera, o Ãndice fechou em baixa de 0,09%, aos 133.398 pontos. Com o resultado, o Ãndice acumulou: recuo de 1,28% na semana; queda de 1,24% no mês; e ganho de 10,90% no ano. O que está mexendo com os mercados? Em um dia de noticiário movimentado nesta quinta-feira, o destaque da sessão fica com o anúncio de um novo acordo comercial selado entre Estados Unidos e Reino Unido. Além de estabelecer medidas tarifárias, o tratado também estabelece a criação de uma zona de comércio de alumÃnio e aço e de uma cadeia de suprimentos farmacêuticos segura.
Segundo Trump, o acordo deve aumentar a receita externa dos EUA em US$ 6 bilhões e de criar US$ 5 bilhões em novas oportunidades de exportação. Em contrapartida, os EUA deverão baixar as tarifas para a indústria automobilÃstica britânica de 27,5% para 10% e zerar os impostos sobre aço e alumÃnio. Apesar de este ter sido apenas o primeiro acordo comercial que os EUA conseguiram firmar com um de seus parceiros desde a imposição das "tarifas recÃprocas" anunciadas em abril, Trump indicou que tem várias reuniões planejadas para os próximos dias, destacando que outros paÃses também querem fazer um acordo com os norte-americanos. Taxas de juros na mira Além disso, outro destaque da sesão fica com as decisões de juros por parte do Banco Central do Brasil e do Fed.
No Brasil, a decisão de aumentar a Selic nesta quarta foi unânime.
Ou seja, todos os diretores, inclusive o presidente do BC, Gabriel GalÃpolo, votaram a favor de subir a taxa até 14,75%. O Copom justificou que a incerteza na economia dos EUA, principalmente por causa da guerra comercial iniciada pelo presidente Donald Trump, é um dos principais fatores que pressionam a inflação no Brasil e levam à alta dos juros.
Outro fator é a polÃtica fiscal no Brasil, ainda com despesas elevadas. "O ambiente externo mostra-se adverso e particularmente incerto em função da conjuntura e da polÃtica econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca de sua polÃtica comercial e de seus efeitos.
A polÃtica comercial alimenta incertezas sobre a economia global, notadamente acerca da magnitude da desaceleração econômica e sobre o efeito heterogêneo no cenário inflacionário entre os paÃses, com repercussões relevantes sobre a condução da polÃtica monetária", escreveu o Copom. Por fim, apesar de ter indicado uma nova alta para a próxima reunião, o comitê destacou que o "cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da polÃtica monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação." Segundo Rafael Cardoso, economista-chefe do banco Daycoval, a principal novidade vista no comunicado divulgado pelo Copom após a decisão está no balanço de riscos da instituição, que considerava mais os riscos econômicos brasileiros do que os internacionais até sua última reunião. "A inclusão da queda dos preços das commodities fez com que houvesse três riscos para cada lado, o que na opinião do BC além de ser riscos em quantidade igual, eles têm o mesmo peso e portanto o balanço passou a ser simétrico".
Esse olhar mais atento ao cenário externo (que não recebe interferência dos juros no Brasil) e a falta de sinalização sobre possÃveis novas altas nos juros indicam que pode haver uma pausa no ciclo de alta da Selic, explica Cardoso. Daniel Cunha, estrategista-chefe do BGC Liquidez, compartilha do mesmo ponto de vista e comenta que "não há dúvida de que o BC tem se empenhado em pavimentar o caminho para o fim do ciclo de alta nos juros". "A verdadeira questão, no entanto, era e ainda é se os dados sustentariam uma mudança para um ponto de fim mais cedo e mais baixo, ao invés de um ponto mais tarde e mais elevado", afirma Cunha. Já nos EUA, o Fed manteve as taxas de juros do paÃs inalteradas na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.
A decisão unânime veio em linha com as expectativas do mercado financeiro. Foi a terceira reunião seguida em que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) optou por não alterar o referencial de juros.
Em comunicado, o comitê afirmou que as incertezas em torno das perspectivas econômicas "aumentaram ainda mais" em meio à polÃtica tarifária de Trump. A decisão de manter os juros inalterados nos EUA nesta quarta-feira veio apesar da pressão e de fortes crÃticas de Trump contra o presidente do Fed, Jerome Powell. Nas últimas semanas, o republicano questionou inúmeras vezes o trabalho do banqueiro central à frente da instituição e chegou a ameaçar demiti-lo, mesmo que o presidente dos EUA não tenha poder para tomar essa decisão. Nesta quinta-feira, Trump renovou suas crÃticas ao banqueiro central, reclamando que o Fed está se recusando a reduzir a taxa de juros.
"Ele [Powell] não está apaixonado por mim". Após o anúncio de juros na véspera, Powell afirmou que a pressão de Trump por cortes nas taxas de juros "não afeta" o trabalho do Federal Reserve.
Ele declarou ainda que não tentou agendar um encontro com o republicano. "Nunca pedi uma reunião com nenhum presidente, e nunca pedirei", disse o chefe do Fed, em entrevista a jornalistas.
"Nunca houve motivo para eu solicitar uma reunião.
Sempre partiu do outro lado." O banqueiro central também observou que a polÃtica comercial de Trump continua sendo uma fonte de incertezas e reforçou a necessidade de o Fed esperar antes de ajustar sua polÃtica monetária. "Eu não acho que podemos dizer qual será o desfecho disso", disse.
"Há uma grande incerteza sobre, por exemplo, onde as polÃticas tarifárias vão se estabilizar."