A moeda norte-americana teve alta de 0,53%, cotada a R$ 5,6849.
Já a bolsa encerrou em alta de 0,04%, aos 136.563 pontos, renovando o maior nível em quase nove meses.
Notas de dólar Luisa Gonzalez/ Reuters O dólar encerrou a sessão desta segunda-feira (12) em alta, a R$ 5,68, após o anúncio de um acordo entre os Estados Unidos e a China para reduzir os efeitos do tarifaço implementado pelo presidente americano Donald Trump.
O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa brasileira, também avançou na sessão. As duas potências concordaram em diminuir significativamente as chamadas "tarifas recíprocas" sobre produtos de importação durante 90 dias. As taxas dos EUA sobre as importações chinesas cairão de 145% para 30%. As tarifas da China sobre os produtos americanos serão reduzidas de 125% para 10%. Após a notícia, o dólar ganhou força e subiu em relação a outras moedas importantes e os mercados de ações se recuperaram.
A diminuição das taxas afasta o temor de que a economia global esteja caminhando para uma recessão. Por aqui, os investidores também estão de olho na divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta terça-feira (13).
Na semana passada, o Banco Central (BC) decidiu elevar a taxa básica de juros pela sexta vez seguida, para 14,75% ao ano, o maior nível em quase duas décadas.
O comunicado não deu indicações sobre os próximos passos, mas deixou a impressão de que o Copom pode parar de subir os juros. Por isso, o boletim Focus divulgado nesta segunda já aponta que os economistas do mercado financeiro não esperam mais movimentos da taxa Selic até o fim de 2025. Veja abaixo o resumo dos mercados. Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair 💲Dólar O dólar subiu 0,53%, cotado a R$ 5,6849.
Na máxima do dia, chegou a R$ 5,7059.
Veja mais cotações. Com o resultado, acumulou: alta de 0,53% na semana; avanço de 0,14% no mês; e perda de 8,01% no ano. No sexta-feira (9), a moeda americana fechou em baixa de 0,11%, aos R$ 5,6547.
a 📈Ibovespa Já o Ibovespa encerrou em alta de 0,04%, aos 136.563 pontos, renovando o maior patamar desde agosto. Com o resultado, o índice acumulou: alta de 0,04% na semana; avanço de 1,11% no mês; e ganho de 13,53% no ano. Na sexta, o índice fechou em alta de 0,21%, aos 136.512 pontos. O que está mexendo com os mercados? O acordo entre Estados Unidos e China sobre tarifas, anunciado nesta segunda-feira (12), foi bem recebido pelo mercado financeiro.
🔎 O mercado entende que o aumento das tarifas sobre produtos importados pelos EUA pode elevar os preços finais e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo — o que pode levar a uma desaceleração da maior economia do mundo ou até mesmo a uma recessão global.
Assim, a leitura é que a trégua tarifária entre os dois países diminui esses riscos. Quando Trump anunciou as primeiras "tarifas recíprocas" a mais de 180 países, no que ele chamou de "Dia da Libertação", no início de abril, as bolsas norte-americanas registraram as maiores quedas em um único dia desde 2020, ano em que o planeta enfrentava a pandemia de Covid-19. Agora, a redução das tarifas representou um alívio para os investidores.
As principais bolsas de Nova York dispararam após o anúncio.
O S&P 500, que reúne ações das principais empresas americanas listadas na bolsa, atingiu o seu maior nível desde o início de março. As ações chinesas também decolaram e fecharam em alta.
O yuan subiu para 7,2001 por dólar, atingindo o maior valor em seis meses. O acordo teve um resultado mais positivo do que muitos analistas esperavam.
"Eu achava que as tarifas seriam reduzidas para algo em torno de 50%", disse Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management em Hong Kong, à Reuters. "Obviamente, esta é uma notícia muito positiva para as economias de ambos os países e para a economia global, e deixa os investidores muito menos preocupados com os danos às cadeias de suprimentos globais no curto prazo", acrescentou Zhang. Na semana passada, o mercado já havia reagido positivamente ao anúncio de um acordo comercial entre EUA e Reino Unido sobre o tarifaço.
Os EUA mantiveram uma tarifa de 10% sobre os produtos britânicos importados, enquanto o Reino Unido concordou em reduzir as taxas sobre os produtos norte-americanos de 5,1% para 1,8%, além de fornecer aos EUA maior acesso aos seus mercados. Trump também indicou que tem várias reuniões planejadas para os próximos dias, destacando que outros países também querem fazer um acordo com os norte-americanos. Ainda no cenário internacional, Índia e Paquistão declararam um cessar-fogo imediato após o aumento recente das tensões militares na área.
A medida diminui o risco geopolítico no sul da Ásia e foi vista como um alívio por investidores que monitoram a estabilidade da região. E no Brasil? Por aqui, o mercado financeiro também está na expectativa da divulgação da ata da última reunião do Copom na terça-feira (13).
Ela deve detalhar as discussões que levaram o BC a elevar a taxa Selic para 14,75% na semana passada.
Apesar de não ter dado indicações sobre os próximos passos da política monetária, o Copom deixou a impressão de que pode parar de subir os juros, após as seis altas consecutivas.
Com isso, analistas de bancos passaram a projetar uma estabilidade na taxa de juros da economia brasileira.
Até então, eles estimavam uma nova elevação em meados de junho, para 15% ao ano, segundo o boletim Focus.
Pela quarta semana consecutiva, os analistas do mercado financeiro também reduziram a expectativa de inflação de 2025, de 5,53% para 5,51%.
Mesmo com a redução, no entanto, o índice continuaria bem acima do teto da meta, que é de 4,5%. Na sexta-feira (9), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do Brasil, mostrou que os preços subiram 0,43% em abril.
O resultado veio em linha com o esperado pelo mercado e reforçou a decisão do Copom de subir os juros.
Em comunicado, o colegiado justificou que a incerteza na economia dos EUA, principalmente devido à guerra comercial, é um dos principais fatores que pressionam a inflação no Brasil e levam à alta dos juros.
Outro fator é a política fiscal no Brasil, ainda com despesas elevadas.