Friedrich Merz foi eleito em nova votação no Parlamento, após deputados rejeitarem em maioria seu nome nesta manhã.
Conservador comandará governo de coalizão com a esquerda, em aliança que barrou extrema direita.
O ex-chanceler da Alemanha Olaf Schoz cumprimenta Friedrich Merz, eleito novo chanceler da Alemanha, em 6 de maio de 2025. Kay Nietfeld/dpa via Reuters Após uma inesperada e histórica derrota em primeira votação, o conservador Friedrich Merz foi eleito nesta terça-feira (6) o novo chefe de governo da Alemanha.
Merz se tornará, assim, o novo chanceler alemão — cargo que chefia o governo no paÃs e, na prática, é similar ao de primeiro-ministro.
Ele tomará posse ainda nesta terça-feira.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notÃcias internacionais do g1 no WhatsApp Conservador, Friedrich Merz governará a maior economica da União Europeia em uma aliança histórica com os social-democratas do SPD que também barrou a chegada da extrema direita alemã ao poder.
O CDU, partido liderado por Merz.
foi o vencedor nas eleições gerais da Alemanha, realizadas em fevereiro de forma antecipada após o governo do agora ex-chanceler Olaf Scholz, formado por uma frágil aliança entre liberais, socialistas e o Partido Verde, colapsar.
Apesar da vitória no pleito, o CDU não conquistou o número de votos suficientes para formar maioria no Parlamento alemão — em regimes parlamentaristas, o chefe de governo é eleito pelo Legislativo, que costuma indicar o lÃder do partido ou coalizão com maioria de votos.
Desde então, Merz vinha costurando alianças, e havia o temor de uma parceria com a AfD, sigla da extrema direita que teve desempenho recorde no último pleito — durante a campanha, o conservador fez discursos sobre temas como a imigração que levantaram a suspeita de uma aproximação com a extrema direita.
Merz, no entanto, descartou a chance de uma aliança com a AfD e, na segunda-feira (5), seu partido anunciou a coalizão com SPD.
O cenário parecia então claro para a eleição de Merz, que dependia apenas da votação desta terça-feira no Parlamento para aprovar seu nome como o novo chanceler, considerada apenas um passo burocrático após a aliança entre direita e esquerda.
No entanto, 18 deputados social-democratas se rebelaram e votaram contra a indicação do nome de Merz.
Às pressas, o CDU decidiu pedir uma segunda votação — o que é permitido pela Legislação do paÃs europeu —, e os deputados aprovaram, enfim, a nomeação do novo chanceler.
1ª votação Friedrich Merz não consegue maioria para se tornar chanceler na Alemanha Em resultado inesperado e histórico, Merz não havia conseguido obter a maioria dos parlamentares para se tornar o chefe de governo da Alemanha em primeira votação nesta terça-feira (6).
Na primeira rodada de votação, ele alcançou 310 dos 316 votos necessários para assumir o cargo. Foi a primeira vez na história da Alemanha pós-Segunda Guerra Mundial que um candidato a chanceler não consegue ser eleito na primeira votação no parlamento. Na segunda-feira (5), os conservadores do CDU, que venceram as eleições do paÃs em fevereiro embora sem maioria, anunciaram uma aliança com os social-democratas de centro-esquerda (SPD) para formar governo (leia mais abaixo). A aliança, em tese, daria a Merz a maioria suficiente no Parlamento para formar governo.
No entanto, 18 deputados socialistas se rebelaram e votaram contra a eleição do conservador, descumprindo orientação de seus partidos.
Após a derrota, o CDU afirmou que uma nova votação na câmara baixa do Parlamento alemão ocorrerá ainda nesta terça.
Um dos lÃderes da sigla, Jens Spahn, pediu aos partidos para que apoiem Friedrich Merz após ele não ter conseguido passar no primeiro turno.
"Toda a Europa, talvez o mundo inteiro, está acompanhando esta eleição", disse Spahn.
"Apelo a todos para que estejam cientes desta responsabilidade especial." Friedrich Merz em votação na Câmara Baixa da Alemanha REUTERS/Annegret Hilse Após o primeiro resultado, a presidente do Parlamento, Julia Kloeckner, interrompeu a sessão para que os grupos parlamentares pudessem fazer consultas sobre como prosseguir com a eleição. Se a segunda votação desta terça falhar novamente, a câmara baixa do Parlamento, conhecida como Bundestag, tem 14 dias para eleger Merz ou outro candidato ao cargo de chanceler com maioria absoluta. Os conservadores de Merz venceram as eleições nacionais em fevereiro com 28,5% dos votos, mas precisam de pelo menos um parceiro para formar um governo majoritário. Na segunda-feira, eles assinaram um acordo de coalizão com os social-democratas de centro-esquerda, que obtiveram apenas 16,4%, seu pior resultado na história da Alemanha do pós-guerra.
O acordo deixou a extrema direita de fora.
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