Inicialmente, Ruan foi condenado a 13 anos e quatro meses de prisão pelo atropelamento e morte do motoboy Kelton Marques.
Ruan Macário acusado no caso Kelton Marques Reprodução/Arquivo Pessoal O vendedor Ruan Ferreira de Oliveira, mais conhecido como Ruan Macário, condenado pelo atropelamento e morte do motoboy Kelton Marques, deixou o Presídio Padrão de Catolé do Rocha nesta quarta-feira (7).
O crime aconteceu em 2021, em João Pessoa.
De acordo com gerência de comunicação do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), Ruan progrediu para o regime semiaberto e vai ser monitorado por tornozeleira eletrônica. A decisão, segundo o Tribunal de Justiça, leva em consideração um novo julgamento que reclassificou o crime de homicídio qualificado para homicídio simples.
A pena inicial, de 13 anos e quatro meses de prisão foi reduzida para oito anos e quatro meses.
Com isso, o crime deixou de ser hediondo e o tempo necessário para progressão caiu de 40% para 25% da pena total. Segundo a juíza Juliana Accioly Uchôa, Ruan já cumpriu mais de 50% da nova pena, considerando o tempo em reclusão desde julho de 2022 e os dias remidos por estudo e trabalho, além de apresentar bom comportamento carcerário. O advogado que representa a família de Kelton Marques no caso, Luiz Pereira, informou que vai recorrer da decisão, com objetivo de reestabelecer a pena inicial de 13 anos e 4 meses.
O g1 também entrou contato com a defesa de Ruan Macário, que informou que o cliente tem cumprido a pena estabelecida pela Justiça "de maneira regular e correta".
A defesa ainda frisou que "como qualquer pessoa submetida ao sistema de Execução Penal, (Ruan) faz jus ao direito à progressão de regime".
A defesa disse ainda que a pena cumprida está relacionada a um crime de trânsito, na modalidade de dolo eventual, onde, conforme a defesa, "o agente não deseja diretamente que o resultado ocorra, somente assume o risco de produzi-lo". Em junho do ano passado, a Justiça determinou que Ruan pagasse uma pensão para a família de Kelton.
Confira detalhes no vídeo abaixo. Justiça determina que Ruan Macário pague pensão à família da vítima Regras do regime semiaberto Como não há unidade prisional adequada às regras do sistema semiaberto em Catolé do Rocha, o cumprimento da pena será com tornozeleira eletrônica.
Ruan deve morar no endereço declarado no processo e não sair ou viajar sem autorização da Justiça.
Ele também deve portar documentos pessoais e autorizações quando necessário. De segunda a sexta-feira, deve permanecer em casa das 19h às 5h.
Aos fins de semana, o recolhimento começa às 14h do sábado e vai até 5h da segunda-feira.
Nos feriados, deve permanecer em casa a partir das 19h do dia anterior até as 5h do dia útil seguinte.
Ruan Macário também está proibido de ingerir bebidas alcoólicas, usar drogas e frequentar bares, festas ou casas de show.
O descumprimento das regras pode levar à volta ao regime fechado e ser considerado uma falta grave. Entenda o caso O entregador Kelton Marques morreu após ser atingido por um carro em alta velocidade, no Retão de Manaíra.
Moradores da região afirmaram que a batida aconteceu durante a madrugada.
Ruan Macário foi acusado de dirigir o veículo envolvido no acidente e fugir do local, sem prestar socorro. Após 10 meses foragido, Ruan Macário se apresentou à polícia na presença do advogado.
O mandado de prisão preventiva que estava em aberto contra ele foi cumprido imediatamente.
Ele foi interrogado, mas ficou em silêncio.
Em seguida, foi encaminhado para o presídio de Catolé do Rocha. No dia do acidente, a equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada, mas quando chegou a vítima já estava sem vida. Kelton Marques tinha 33 anos, duas filhas e morava em Santa Rita.
Ele trabalhava em um restaurante que atendia nas madrugadas, e na hora do acidente já tinha terminado as entregas do dia e voltava para casa. Família de Kelton Marques, motoboy morto em acidente causado por motorista que dirigia a 163 km/h no momento da batida Kamila Marques/Arquivo pessoal Com o impacto, a vítima chegou a ser arremessada e a motocicleta teve destruição total.
O carro ficou parcialmente destruído. De acordo com o delegado do caso, Luiz Eduardo, latas de cerveja e substâncias entorpecentes estavam espalhadas pelo carro de Ruan Macário. O acidente aconteceu no sentido que vai para a orla da capital, quando o condutor do carro passava pela Flávio Ribeiro e o motociclista cruzava pela Mirian Barreto.
A força do impacto chegou a derrubar o muro de um residencial que fica no local. Vídeos mais assistidos do g1 da Paraíba