O resultado ficou acima da média das previsões de analistas compiladas pela Lseg, que apontava lucro de R$ 5,47 bilhões.
Ilustração de logo do Bradesco. Reuters O Bradesco teve lucro lÃquido recorrente de R$ 5,86 bilhões no primeiro trimestre, uma alta de 39,3% em relação ao mesmo perÃodo do ano passado.
O resultado foi marcado pela melhora na rentabilidade, enquanto a carteira de crédito alcançou a marca de R$ 1 trilhão. Os números ficaram acima da média das previsões de analistas compiladas pela Lseg, que apontava lucro de R$ 5,47 bilhões.
Em relação ao quarto trimestre do ano passado, o resultado dos primeiros três meses do ano representou uma expansão de 8,6%. O banco também anunciou renovação em seu programa de recompra de ações, com validade de 18 meses, e meta de aquisição de até 106.584.881 papéis.
Além disso, as estimativas para o ano foram mantidas. O retorno anualizado sobre o patrimônio lÃquido médio (ROAE) ficou em 14,4%, de 10,2% um ano antes. "O crescimento das receitas foi a principal razão de melhora da nossa rentabilidade e esse deve ser o padrão este ano", disse o presidente-executivo do banco, Marcelo Noronha.
LEIA TAMBÉM Santander Brasil tem lucro de R$ 3,86 bilhões, alta de 28% no 1º trimestre Petrobras tem lucro lÃquido de R$ 36,6 bilhões em 2024 Itaú Unibanco tem maior lucro da história dos bancos listados na bolsa, mostra levantamento De janeiro a março, as receitas totais alcançaram R$ 32,3 bilhões, aumento de 15,3% ano a ano e queda de 1,5% no trimestre. "Reduzimos nosso apetite ao risco, mas não deixamos de fazer bons negócios", afirmou o executivo que vem comandando desde o final de 2023 um plano de transformação no banco.
"Avançaremos, mantendo a boa qualidade das novas safras de crédito, fazendo créditos principalmente com garantias", acrescentou em nota. Ao final de março, a carteira de crédito do Bradesco somava R$ 1,005 trilhão, aumento de 12,9% em relação ao mesmo perÃodo do ano anterior e de 2,4% frente ao final de 2024.
Na base anual, pessoa fÃsica mostrou expansão de 16,2%, enquanto na pessoa jurÃdica houve acréscimo de 10,6%. O Ãndice de inadimplência acima de 90 dias total ficou em 4,1%, de 5,0% no final de março de 2024 e 4,0% no término de dezembro do ano passado.
Na comparação ano a ano, o destaque ficou para a melhora do segmento micro, pequenas e médias empresas e estabilidade nas pessoas fÃsicas. A despesa de provisão com perdas esperadas somou R$8,379 bilhões no primeiro trimestre, queda de 0,7% em relação aos mesmos meses de 2024, mas aumento de 2,3% frente ao trimestre imediatamente anterior.
A receita com recuperação de créditos cresceu 18,1% ano a ano e 1,4% no trimestre. A PDD expandida — ou custo do crédito, que somou R$ 7,642 bilhões — em relação à s operações de crédito expandida ficou em 3%, de 3,5% um ano antes e estável frente ao último trimestre de 2024, com o banco citando qualidade da originação, principalmente no massificado. O Bradesco também destacou uma redução das despesas do atacado e maior eficiência na cobrança, com aumento das receitas de recuperação de créditos lÃquidos de descontos. Copom eleva taxa de juros para 14,75% ao ano, maior patamar em quase 20 anos Margem financeira A margem financeira total cresceu 13,7% ano a ano, mas apenas 1,4% no trimestre, com a margem com cliente mostrando aumento de 15,5% e 3,8%, respectivamente, enquanto a margem de mercado caiu 26,7% e 45,1% na mesma comparação, impactada pelo menor resultado com a gestão de ativos e passivos (ALM). A margem financeira lÃquida, que representa a margem financeira total menos a despesa de PDD expandida, subiu 30,6%, a R$ 9,59 bilhões. A receita com prestações de serviços foi de R$ 9,769 bilhões, 10,2% acima do primeiro trimestre do ano passado, mas 4,8% abaixo do resultado dos últimos três meses de 2024.
O desempenho ano a ano foi influenciado pelo aumento da participação na empresa de meios de pagamento Cielo.
Excluindo isso, a variação seria de 3,8% nessa base. As despesas operacionais totais do Bradesco cresceram 12,3% ano a ano, mas recuaram 8,6% na comparação trimestral, para R$ 15 bilhões. O Ãndice de Basileia total do banco ficou em 15,4%, de 15,1% um ano antes e 14,8% em dezembro, enquanto Ãndice de capital nivel 1 passou para 13%, de 12,6% um ano antes e 12,4% em dezembro. O Bradesco deu continuidade no primeiro trimestre à estratégia de enxugamento de rede de agências, que encerrou com 2.284 unidades, de 2.704 ao final de março do ano passado.
As unidades de negócios somaram 721 e os pontos de atendimento ficaram em 2.276, também mostrando reduções na comparação anual. O negócio de seguros do banco teve lucro lÃquido recorrente de R$ 2,4 bilhões no primeiro trimestre, alta de 25,3% em relação ao mesmo perÃodo de 2024, mas queda de 3,6% no trimestre.
Houve aumento nas provisões técnicas, de 11,2% em 12 meses e de 2,6% no trimestre, para R$ 414,3 bilhões.